Enquanto programava nossa viagem para a Rússia, fui deparando com alguns obstáculos e novas ideias de roteiro foram surgindo. Uma delas foi conhecer Helsinque.
Eu nunca soube muita coisa sobre a Finlândia, a não ser o fato do sistema educacional deles ser bem avançado. Mas o nome Helsinque, sempre soou muito charmoso para mim, e ao perceber que estaríamos passando tão pertinho, não pude resistir em incluí-la no roteiro.
Para tanto, só tínhamos um dia disponível, mas como a cidade é relativamente pequena, achamos que valeria a pena.
Como chegar em Helsinque
Estávamos em Tallin, na Estônia, assim seriam apenas 2h de travessia no Mar Báltico. Mas para tornar a visita mais produtiva, decidimos pegar o ferry noturno. Ele parte de Tallinn, às 22 horas, faz a travessia e fica ancorado no porto de Helsinque até a manhã seguinte. As pessoas que compraram passagens regulares, desembarcam assim que ele atraca. Quem compra com pernoite fica a bordo, mas tem que desembarcar até as 6:30h da manhã.
O café da manhã estava incluído na tarifa, porém era do tipo caixinha de lanche de avião. Ele nos foi entregue na noite anterior e continha um suco, uma fruta, um brioche e um iogurte.
Depois de desembarcarmos, tomamos nosso café no terminal do porto, para fazer uma horinha antes de ir para o centro da cidade.
Deixamos nossas malas no guarda-volumes, pois no final da tarde, embarcaríamos em um outro navio com destino à São Petersburgo, na Rússia.
Se você achou essa ideia interessante e pretende fazer o mesmo, preste atenção para as cias que vai utilizar e os terminais que elas utilizam, pois são vários na cidade. Nós usamos a Tallink, cujo desembarque é no West Terminal, o mesmo em que embarcaríamos mais tarde no navio da St. Peter Line.
Caso esteja chegando de avião, existe um ônibus regular que faz a linha do aeroporto de Helsinque até o centro da cidade, com parada ao lado da Estação de Trem.
Outra forma comum de se chegar ou sair de Helsinque é por trem. Allegro é o trem de Helsinque para São Petersburgo que faz o percurso em apenas 4h.
Dados Básicos
Helsinque, é a capital da Finlândia e foi fundada pelos suecos no século XVI para ser um ponto estratégico no Mar Báltico. O que explica sua falta de herança medieval.
A Finlândia (Suomi – em finlandês) foi agregada e colonizada pela Suécia entre os séculos XII e XIX.
Finlandês e sueco são línguas oficiais e ensinadas nas escolas. Contudo a imensa maioria da população fala inglês, e muito bem por sinal.
Após uma intensa guerra entre Suécia e Rússia, a Finlândia passou a ser, em 1809, um Grão-Ducado autônomo dentro do Império Russo. Mas em 1917, a Revolução Russa trouxe a independência ao país.
A Finlândia entrou para a União Europeia em 1995 e sua moeda é o Euro.
A população da região metropolitana de Helsinque é de 1,3 milhões de pessoas, enquanto a população da Finlândia de cerca de 5,3 milhões. O que a torna, o país menos densamente povoado da União Europeia.
Temperatura
A temperatura em Helsinque no inverno fica em torno de -5°C, podendo chegar até -20°C em alguns dias. No verão (junho a agosto) a temperatura varia entre 19°C e 21°C . Estivemos lá em um dia de julho e a temperatura esteve em torno de 12°C o tempo todo. O vento era constante e frio. O dia estava ensolarado e pudemos comprovar que era mesmo verão, pois vimos vários finlandeses usando short e camiseta.
O que ver em Helsinque em um dia
Do porto fomos de ônibus até o centro da cidade. Como ainda era bem cedo, pudemos caminhar com muita tranquilidade e observar a arquitetura dos edifícios. Os principais pontos turísticos podem ser percorridos a pé. Então vamos lá…
Praça do Senado
A Praça do Senado é o principal ponto turístico de Helsinque. Construída em estilo neoclássico, é uma das mais bonitas da Europa. Os edifícios originais que formavam a praça foram incendiados em 1808. Assim quando a Finlândia passou a fazer parte do Império Russo o Czar enviou um de seus melhores arquitetos para reconstruir a praça. Foi quando ela recebeu a estátua do Czar Alexander II, o qual nunca foi impopular na Finlândia. Pois não forçou a “russificação” dos finlandeses, além de ter dado mais autonomia ao país. Em 1809, ele fez de Helsinque a capital da Finlândia e o centro da cidade foi desenhado ao estilo de São Petersburgo.
Catedral Luterana (Tuomiokirkko)
A escadaria que leva a igreja é um ponto de encontro comum entre os jovens, visto que a Universidade de Helsinque está há poucos metros.
A Catedral Luterana, também conhecida como catedral branca, foi construída em 1852, com uma esplêndida cúpula e estátuas dos doze apóstolos.
Seu interior é extremamente simples e totalmente branco, exatamente como desejavam os reformistas. Apenas o púlpito e o grande órgão são relevantes. Além de algumas esculturas como a do reformista Mikael Agricola. A literatura finlandesa nasceu graças a ele, sendo a sua obra de maior valor a tradução do Novo Testamento, para a língua finlandesa.
A maioria dos finlandeses são batizados, no entanto, de modo geral os luteranos frequentam a igreja apenas para ocasiões especiais como casamentos, funerais e Natal.
Catedral Ortodoxa – Uspenski
Exatamente o oposto da catedral branca, é a Catedral Ortodoxa. De tijolos vermelhos, situada no alto de uma colina e com vista para o porto e para a cidade. Foi construída entre 1862 e 1868 durante o período em que o soberano era Czar Alexander II.
A cúpula principal representa o Sagrado Coração de Jesus, enquanto as cúpulas menores representam os corações dos 12 apóstolos.
Seu interior apresenta vários ícones religiosos, com paredes decoradas em dourado, como é comum nas igrejas ortodoxas.
Aproximadamente 1% da população do país pertence a Igreja Ortodoxa Finlandesa.
Praça do Mercado – Kauppatori
Ali você pode encontrar de tudo, desde frutas e vegetais até souvenires e artesanato local. Os finlandeses são orgulhosos por seus vegetais serem totalmente orgânicos.
Este mercado é o local preferido dos turistas para um almoço rápido e não muito caro, uma vez que o custo de vida na Finlândia é bem elevado. O salmão, é claro, é o prato preferido.
O monumento no centro da praça, conhecido como Pedra da Czarina, com a águia de duas cabeças, que é o símbolo da Rússia Imperial, foi erguido em 1835 para celebrar a visita do Czar Nicolau e da Czarina Alexandra.
Esplanadi
Esplanadi é uma longa avenida com elegantes edifícios em ambos os lados. Com largas calçadas e um grande parque na área central. Muito popular entre os locais, fica repleta de pessoas, especialmente nos fins de semana, quando passeiam ou vão às compras. As melhores lojas da cidade estão localizados lá, assim como inúmeros cafés.
O Café Kapelli, que é um lugar perfeito para sentar e relaxar. Do mesmo modo como faziam os oficiais russos, os intelectuais e artistas do século XIX.
Estação de Trem
A estação de trem foi construída no início do século XX. As figuras com lanternas lembram o tempo em que a cidade provinha a energia elétrica para a área rural do país.
Monumento a Sibelius
O monumento foi erguido em 1967, uma obra da escultora finlandesa Eila Hiltunen. A escultura abstrata consiste em mais de 600 tubos de aço agrupados de forma irregular em várias alturas com o tubo mais alto atingindo mais de 27 metros no ar. O marco foi projetado para incorporar o espírito da música de Jean Sibelius (1865-1957), compositor finlandês de música erudita. Mas sua natureza abstrata causou muitas críticas, por não acharem que ela honrava diretamente o compositor. Por essa razão, um grande busto do artista foi adicionado próximo ao monumento. A música de Sibelius também teve importante papel na formação da identidade nacional finlandesa. Ficamos um bom tempo por ali, pois achamos o parque bem agradável para dar um passeio.
Estátua do Bad Bad Boy
Assim que chegamos em Helsinque deparamos com a essa obra interessante. Ela tem 8.5 metros de altura e ostentando uma expressão surpreendida a estátua foi construída para uma exposição em 2014. Obra do artista Tommi Toija produzida pelo Museu de Arte Amos Anderson. Depois do fim da exposição, ela foi movida para o local que está agora no West Harbour.
Transporte
Quem já leu sobre outras viagens da nossa família, sabe que adoramos aqueles ônibus do tipo Hop On Hop Off. Em Helsinque não foi diferente, pois mesmo sabendo que a região central é bem pequena e super fácil para andar a pé, decidimos pegar o city tour e circular um pouco mais para outras regiões. Você pode olhar o itinerário deles aqui.
Mas caso você queira algo mais econômico, pode usar os modernos bondes elétricos. A linha número 2, faz um circuito pela cidade e você também pode saltar e subir novamente no próximo bonde. O bilhete vale por um dia, assim como o do ônibus de turismo, mas sem a narração durante o trajeto.
Estádio Olímpico
Quando estivemos em Helsinque estava acontecendo um festival de dança, chegamos até a encontrar um grupo brasileiro. Como a maioria das apresentações estavam acontecendo no Estádio Olímpico, também aproveitamos para conhecê-lo. Mas não acredito que seja um local para ir em épocas normais.
Ilha Fortaleza de Suomenlina
Se você tiver um pouco mais de tempo, pegue um barco para visitar a Ilha de Suomenlina. Seu forte serviu como proteção estratégica para três países: Suécia, Rússia e por fim a Finlândia. Hoje, serve como parque e praia onde a população local adora passar o dia.
SkyWheel
Agora, quer uma experiência mais exótica? Que tal fazer uma sauna enquanto anda na roda gigante. A sauna é uma mania nacional e parece que os finlandeses resolveram ampliar suas possibilidades. Mais detalhes no site oficial.
Museus
A cidade é repleta de museus e talvez você posse se interessar em visita-los: Museu Nacional da Finlândia – conta a história do país, Atenum – Museu de Arte da Finlândia e Kiasma– Museu de Arte Contemporânea.
Hotéis em Helsinque
Não tenho como indicar nenhum hotel em Helsinque, visto que não ficamos hospedados lá. Posso garantir que a opção que fizemos foi muito interessante e com ótimo custo benefício. Contudo se você pretende se hospedar, pode reservar seu hotel no Booking, que é uma excelente ferramenta para isso.
Embaixada do Brasil em Helsinque
Endereço: Itäinen Puistotie 4 B 1 Telefone: +358 (0)9 684 150 0
A Finlândia faz parte do Espaço Schengen, onde é permitido a circulação de pessoas (sem fazer imigração) entre os países signatários. Mas lembre-se, para entrar lá você precisa de um seguro de viagem e um passaporte válido por pelo menos 6 meses. Brasileiro não precisa de visto.
Como uma última dica, não deixe de checar o site de turismo em Helsinque, VisitHelsinki, para saber o que vai estar acontecendo na data da sua viagem.
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Caso você queira conhecer um pouco mais dobre o compositor Jean Sibelius, assista ao vídeo abaixo com lindas cenas da Finlândia. Espero que goste!