Fui a Belém pela primeira vez há muito tempo atrás. Na realidade, foi a primeira viagem que fiz sozinha pelo Brasil e fiquei absolutamente encantada com a cidade.
Depois daquela viagem, acabei voltando muitas vezes à trabalho, mas sempre dava um tempinho para ver o que fazer em Belém, a linda capital do Pará.
Neste post quero compartilhar as coisas boas que já visitei e conheci em Belém.
1. Mercado Ver o Peso
Na minha primeira viagem, o que mais me impressionou foi o Mercado Ver o Peso. Como já disse essa tinha sido a minha primeira viagem ao norte do país, então esse tipo de mercado era uma coisa totalmente nova e fascinante para mim.
O mercado é o local ideal para você conhecer a cultura e experimentar a culinária paraense.
Eu já havia ouvido um pouco da história do mercado, ainda nos tempo de escola. Ele é um dos mercados públicos mais antigos do país, foi construído em 1625.
À princípio era um posto de fiscalização alfandegária da Amazônia. Todas as mercadorias que ali chegavam eram pesadas para fins de arrecadação de impostos. O local chamava-se Casa de Haver o Peso, com o tempo tanto o local como o nome se modificou.
Eu fiquei impressionada com a variedade de frutas que eu nunca havia visto antes. A Castanha do Pará, não precisa nem dizer, tá por toda parte. Me lembro que comprei uma quantidade absurda para trazer como presente pra família toda.
A Castanha do Pará é uma semente que é descascada e embalada ali mesmo nas barracas.
Outra detalhe que me chamou muito a atenção foi a quantidade de ervas medicinais que são vendidas, e sempre acompanhadas de uma boa receita.
O setor do artesanato também é muito rico, produzido por índios e a população ribeirinha. Além dos produtos confeccionados com fibras naturais, ali você vai encontrar a famosa cerâmica marajoara.
O Mercado Ver o Peso tem fama de ser sujo e mal cheiroso, mas é um marco na cidade que não pode deixar de ser visitado e com certeza você não vai sair de lá sem comprar alguma coisa.
2. Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré
Como não deixar de visitar a Basílica de Nazaré? É nela que todos os anos, no segundo domingo de outubro, encerra-se a procissão do Círio de Nazaré.
A igreja é tão linda por dentro como é por fora. A construção é em formato de cruz latina, sendo que além da nave central, ainda existem mais duas em cada lateral.
Os arcos são sustentados por colunas de granito e o teto é de cedro da região. As janelas são de vitrais que possibilitam a passagem da luz em lindos tons. Mosaicos venezianos decoram a igreja com cenas da vida e as virtudes de Maria, além da Via Sacra, anjos e flores.
O estilo da construção é variado mas prevalece o neoclássico tardio. Foi iniciada em 1909 no mesmo local onde a imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi encontrada.
Esta é uma das duas únicas basílicas da amazônia brasileira, sendo tombada pelo Patrimônio Histórico do Estado do Pará. Desde 2006 também considerada como santuário e seu nome alterado para Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.
A Virgem de Nazaré, é considerada por lei, como “Rainha da Amazônia”.
3. Casa das Onze Janelas
A Casa das Onze Janelas é um casarão antigo construído para ser a moradia de um senhor de engenho.
Atualmente abriga o Museu de Arte Casa das Onze Janelas, que é um museu de arte contemporânea que conta com obras de Alfredo Volpi, Lasar Segall e Tarsila do Amaral em seu acervo permanente. No andar térreo sempre há exposições temporárias de vários artistas.
A área externa é muito agradável para belas fotos e um descanso enquanto você decide o que ver em Belém na sequência.
4. Catedral de Belém
A Catedral Metropolitana de Belém é também conhecida como Catedral da Sé. Sua construção é do período do Brasil Colônia, entre 1748 e 1771.
Mesmo não tendo o mesmo requinte da Basílica de Nazaré, a catedral tem uma aparência imponente. Possui traços neoclássicos, mas prevalece o estilo do barroco e o rococó.
Nos altares laterais da catedral estão várias obras de artistas renomados europeus do século 18, além dos vitrais de grande valor artístico e o famoso órgão francês.
A grande procissão do Círio de Nazaré, parte da catedral levando a imagem peregrina de Nossa Senhora até a basílica.
5. Theatro da Paz
O Theatro da Paz foi construído para enobrecer a cidade que enriquecia com o dinheiro vindo da exploração da borracha. Sua construção é de 1878 em estilo neoclássico, aquele estilo cujo período coincide com o da chamada Revolução Industrial.
Seu nome é uma alusão ao fim da Guerra do Paraguai que aconteceu alguns anos antes. O teatro é um tombado pelo IPHAN como patrimônio cultural com o título de Teatro Monumento.
Internamente o Theatro da Paz se parece muito com o Teatro Amazonas em Manaus, visto que ambos foram decorados pela mesma pessoa e tem histórico semelhantes. Um destaque especial fica para o painel no teto representando deuses gregos num cenário amazônico.
6. Estação das Docas
O complexo turístico Estação das Docas é um dos locais mais badalados da cidade. Trata-se de uma revitalização da área do antigo porto fluvial de Belém.
São três grandes armazéns de ferro, um dedicado às artes e lojas diversas, outro à gastronomia e o terceiro para feiras de exposições.
Os guindastes externos, são a marca registrada do local que ainda conta com um anfiteatro.
Um horário perfeito para visitar o complexo é no final da tarde, quando além da possibilidade de presenciar algum espetáculo folclórico paraense, ainda vai desfrutar de um lindo pôr do sol.
7. Mangal das Garças
Se você curte natureza, não pode deixar de visitar o Parque Zoobotânico Mangal das Garças. Reserve para isso pelo menos uma manhã e aproveite para ver a alimentação das garças que acontece normalmente às 11h.
A estrutura do Mangal das Garças conta com lago, cascata, mirante para o rio, espaço para exposições e um restaurante localizado no pavilhão central.
A entrada no Mangal das Garças é franca, exceto nos espaços onde a visita é monitorada como o memorial amazônico da navegação, o farol, o borboletário e o viveiro das aves. Fica fechado às segundas-feiras para manutenção.
8. Mercado da Carne
O Mercado Municipal, mais conhecido como Mercado da Carne, foi construído em 1867 em estilo art-noveau e faz parte do complexo arquitetônico Ver-o-Peso tombado pelo IPHAN.
O mercado de Belém foi o maior entreposto comercial da região. Por ali passavam os produtos da região amazônica com destino às demais regiões do Brasil e também do exterior. Assim como a carne proveniente dos rebanhos da Ilha de Marajó.
A maior atração do mercado está no pátio interno com estrutura em ferro e uma escada caracol no centro.
9. Forte do Presépio
O Forte do Presépio, também conhecido como Forte do Castelo é um dos marcos da fundação de Belém em 1616. Faz parte do complexo arquitetônico e religioso da cidade velha, chamada pelos colonizadores portugueses de Feliz Lusitânia.
Desde a sua revitalização em 2002 é usado como espaço museológico.
As exposições contam a história da fundação da cidade, assim como o processo da colonização portuguesa na Amazônia. Ainda pode-se ver artefatos pré históricos e iconografias indígenas.
Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 9h às 13h.
10. Icoaraci
Eu conheci Icoaraci na primeira vez que estive em Belém. Nas outras não tive mais oportunidade de ir, devido à distância, pois Icoaraci está localizada a 20 km do centro de Belém. Então, este é um passeio para quem tem mais tempo e pode ir além do que fazer apenas em Belém.
Você não deve deixar de visitar se for um apreciador da arte em cerâmica. Em Icoaraci são produzidas réplicas de vasos de antigas nações indígenas, como a Marajoara e a Tapajônica. As reproduções são feitas à partir de obras catalogadas pelo Museu Emílio Goeldi. Foi lá que comprei uma peça que tenho aqui em casa e que já é quase uma relíquia.
O distrito de Icoaraci é também o lar de diversos grupos folclóricos de danças típicas da Amazônia, além de outros artistas como músicos e poetas.
Os famosos pratos da culinária paraense, como o tacacá, maniçoba, pato-no-tucupi e a caldeirada com frutos dos rios amazônicos você vai encontrar nos restaurantes e quiosques da orla banhada pela Baía de Guajará.
É possível chegar lá com transporte público, mas para isso, aconselho você a usar o aplicativo Moovit para checar os horários. Outra forma, é com Uber ou com carro alugado, caso queira mais flexibilidade.
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11. Ilha de Marajó
Até hoje nunca tive oportunidade de visitar a Ilha de Marajó e isso me faz querer voltar a Belém mais uma vez. Se você tiver tempo suficiente, não deixe de conhecer a famosa ilha.
A Ilha de Marajó está situada em uma área de proteção ambiental e separada do continente pelo delta do Amazonas.
É a maior ilha costeira do Brasil e a maior ilha fluviomarítima (banhada por águas fluviais e oceânicas) do mundo. Só aí já tem razões suficiente para querer visitá-la, mas fora isso a paisagem é linda e o história do povo que ali viveu no passado, mais ainda.
São duas maneira de chegar lá, a mais rápida é saindo de lancha, cujo ponto de encontro é na Estação das Docas. As lanchas vão até Soure, onde há boas praias e opções de hospedagem para quem deseja pernoitar na ilha.
A segunda maneira é de balsa que parte de Icoaraci e chega em Camará. Essa opção, acredito que seja melhor para quem está de carro, pois vai poder circular melhor pela ilha e ainda poderá conjugar os dois passeios.
Vale a pena se organizar e aumentar o que fazer em Belém, conhecendo o que seus arredores tem de melhor.
O que fazer em Belém (mapa)
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Foto de Capa: Luciano Gemaque