Entre Polos

Como Conhecer Petra Através de um Tour Virtual

Petra, a Cidade Rosada

Que tal poder conhecer e caminhar pela magnífica Petra a “cidade rosa” sem precisar ir até lá?

Você provavelmente já viu alguma foto do “Tesouro” nas redes sociais ou até assistiu o famoso filme do Indiana Jones com locações em Petra. Como para a maioria das pessoas que gosta de viajar, provavelmente aquele local passou a fazer parte da sua lista de desejos.

Petra ficou na minha lista por muitos anos, até que em setembro do ano passado eu tive a oportunidade de visitá-la.

O que me deixou mais impressionada durante a minha visita foi a dimensão do lugar, eu não tinha ideia que ela era tão grande.

Nesse momento em que estamos impossibilitados de viajar e sem muitas perspectivas disso, pelo menos em curto prazo, o ideal é que possamos viajar sem sair de casa.

Clique aqui para ver o post com dicas para viajar sem sair de casa.

No Google Maps você pode fazer passeios virtuais usando o Google Street View em vários locais históricos do planeta.
A proposta em Petra, era além de divulgar o destino turístico, também ajudar a preservar aquela maravilha que mistura natureza com arquitetura da antiguidade.

Desde que Petra entrou para a lista de Patrimônios da Humanidade da Unesco em 1985, começou a receber um número cada vez maior de turistas. Petra também é considerada uma das sete novas maravilhas modernas do mundo segundo o site new7wonders.

Pesquisas mostram que algumas partes do Tesouro, o cartão postal de Petra, recuaram 40 mm em 10 anos. Mais do que nunca é preciso encontrar o equilíbrio entre a atividade turística e a preservação. Se os governos não estavam encontrando esse equilíbrio, me parece que o novo vírus proporcionou isso.

Tesouro

O monumento conhecido como tesouro, leva esse nome porque beduínos que viviam nas imediações de Petra, achavam que ele havia sido construído por um faraó egípcio. Acreditavam que ele havia escondido um tesouro naquele local.

O edifício tem 39 metros de altura com capitéis decorados em estilo coríntio. A decoração reflete uma mistura entre o oriente e o ocidente. Possui uma sala com 12 m² e dois quartos laterais. No subsolo há quatro tumbas que foram enterradas pela ação das chuvas e enchentes.

O tesouro é o primeiro monumento que as pessoas vêem depois de caminhar pelo desfiladeiro e impacta qualquer um. Dizem que até os romanos ficaram surpresos ao vê-lo.

O Tesouro é o ponto mais fotografado de Petra.

Voltando ao street view de Petra, ele foi feito em colaboração com o governo da Jordânia. Assim, durante a caminhada virtual você ouvirá um áudio descritivo dos locais na voz da rainha do país, Rania Al-Abdullah.
O áudio está em inglês, mas caso você não entenda o idioma, mesmo assim poderá acompanhar, lendo em português as descrições de cada local.

Levou vários dias para que a tarefa fosse concluída pelo trekker, uma pessoa encarregada de carregar um conjunto de câmeras montadas em uma mochila, andando pelo local, capturando imagens de vários ângulos.

Acessando o Jornadas Google Maps de Petra, você encontrará uma tela como a da foto abaixo, com as seguintes indicações:

  1. Mapa do percurso que será feito
  2. Sinalização dos elementos que serão descritos
  3. Pequeno texto descritivo do local

Sem esquecer do áudio que poderá ser desligado, se não for do seu interesse ouvir.

Antes do seu passeio virtual, deixa eu falar um pouco do que aprendi em minha viagem para Petra, na Jordânia.

Conhecendo Petra e a Jordânia

Descobri que a Jordânia é um país tranquilo, fundado em 1946. Seu nome oficial é Reino Hachemita da Jordânia, sendo uma monarquia constitucional com um primeiro-ministro. Possui uma renda per capita alta e recebe grandes populações de refugiados sem maiores problemas. Foi o primeiro país que visitei até hoje, onde o dólar vale menos que a moeda local (1 dinar = 1,5 dólar).

Historicamente a região da Jordânia é uma terra biblicamente ligada à Terra Santa, além de ser conhecida pela passagem de profetas (Abrão, Moisés e Elias) também foi em suas terras que aconteceu o batismo de Jesus (Transjordânia) – o local também é reconhecido pela Unesco e faz parte da lista de Patrimônios da Humanidade.

Petra está situada entre o Mar Vermelho e o Mar Morto, há 237 km da capital Amã e há 125 km de Aqaba, a cidade portuária na qual fiquei hospedada.

A região onde Petra se encontra é habitada desde os tempos pré-históricos. O Reino dos Nabateus surgiu aproximadamente cinco séculos antes de Cristo e fundaram sua capital sobre rotas comerciais do Oriente Próximo.

Petra era um importante posto nas rotas da seda, do incenso e das especiarias. Acredita-se que ela pode ter crescido para abrigar de 20.000 a 30.000 pessoas durante o seu auge.

A cidade é semi-construída, semi-esculpida na rocha. Os Nabateus aproveitaram as montanhas para usar a técnica de construção que é contrária da arquitetura convencional. Começavam a construir por cima e iam descendo, ao mesmo tempo que decoravam as fachadas e escavavam os ambientes internos.

As escadas indicam Necrópoles
Rua da Fachadas
Em todo o caminho há vários santuários

É possível identificar para que cada construção servia, a partir da sua fachada: se possui motivos fúnebres, sabe-se que era uma tumba, se possui figuras de deuses, um templo e as sem decoração eram as residências.

Os Nabateus escolheram aquele local, justamente devido às pedras arenosas, cujas cores são resultado dos minerais encontrados, onde o ferro é predominantemente.

Criaram um sistema bastante engenhoso de coleta de água, o que permitiu que ficassem estabelecidos ali naquela região desértica por um longo período de tempo. Vários vestígios arqueológicos e os monumentos arquitetônicos comprovam a longa ocupação até seu desaparecimento na idade média.

Siq – Caminho para entrar na cidade de Petra
Siq – “desfiladeiro” em árabe – tem 1200 metros de extensão

O povo Nabateu chegou a conviver com os gregos e no ano 106 d.C. Petra foi dominada pelos romanos. No século 4 passou a ser a capital de culto do Império Bizantino. Essas e outras influências, como a egípcia, podem ser vistas na arquitetura, o que mostra como Petra estava no centro de várias civilizações.

No século 7 houve um grande terremoto na região, o que fez com que os habitantes locais abandonassem o local, fazendo com que os povos originários praticamente desaparecessem. No século seguinte Petra era apenas um povoado agrícola.

Posteriormente a região foi ocupada por cruzados e depois muçulmanos. Mais uma vez abandonada, depois que a capital do comércio mudou de Damasco para Bagdá e Petra saiu da Rota da Seda, passou a ser habitada por povos beduínos e acabou se perdendo no tempo. Havia registro de uma cidade encravada nas montanhas, mas ninguém sabia exatamente onde estava.

Petra foi redescoberta em 1812 por um arqueólogo suíço que trabalhava naquela região. Ele foi informado pelos habitantes de um povoado próximo, da existência de Petra e entrou no desfiladeiro para encontrá-la. Apesar de conhecer o local, os camponeses não entravam porque acreditavam que a cidade havia recebido um castigo divino, assim era um local proibido para eles.

Desde então, Petra voltou para o mapa e continua encantando todos que a visitam. Quando isso for possível novamente, espero que você possa visitá-la. Assim, seguem algumas informações úteis.

Teatro – construído pelos Nabateus e reformado pelos Romanos

Informações para visitar Petra pessoalmente:

O Centro de Visitantes está aberto diariamente das 6h às 18h durante o verão e das 6h às 16h no inverno.
Você encontra mapas e guias em vários idiomas, não achei em português, mas havia em árabe, inglês, francês, espanhol, alemão e italiano.
No site oficial você encontra os valores dos ingressos atualizados.

Em várias partes do sítio arqueológico de Petra, você vai encontrar tendas de comida e de venda de artesanato. Próximo à este havia dois banheiros biológicos, os quais foram os únicos que vi.

Contudo na entrada de Petra onde está o Centro de Visitantes e o Museu Histórico, com toda a infraestrutura de banheiros, restaurantes e lojas.

Nunca viaje sem seguro de viagem.

Como Chegar a Petra

Como a Jordânia tem fronteira aberta com Israel, normalmente os turistas acabam incluindo Petra na mesma viagem.

É possível fazer essa extensão em apenas um dia partindo de TelAviv ou de Jerusalém de avião. Saiba mais clicando aqui. Dessa maneira você provavelmente fará um passeio parecido com o meu, que foi de cinco horas em Petra. Esse é o tempo que a maioria das pessoas fica por lá, mas o ideal seriam dois dias, se você gosta de caminhar e quer explorar melhor o local.

Outras formas de chegar é através do Egito, como foi o meu caso, ou por Amã, que é a capital da Jordânia. Nesse último caso você até poderia fazer Petra Guest House, que fica exatamente na entrada da cidade.

Dica importante: Não deixe de se proteger para o clima de deserto, com filtro solar, chapéu, óculos de sol, roupa adequada e um calçado muito confortável.

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