Você já parou para pensar por que algumas viagens trazem mais satisfação do que outras? A maioria de nós as prepara com muito carinho e dedicação e acalenta grandes expectativas. Trabalhamos, juntamos dinheiro, estudamos os possíveis destinos, pesquisamos roteiros, etc.. E tudo isso em busca do que exatamente? Belas fotos para o Facebook? Relaxar em um hotel bacana? Se você respondeu que sim, bem, ok. Fazer o quê? Mas se respondeu que não, que não é isso, ou não só isso, então, colega, bem vindo ao time dos caçadores de experiências! Confira! Ou se quiser, acesse o link do e-book gratuito da GoLocal – Experiências compartilhadas.
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Índice desta matéria
Ache o tesouro da arca perdida.
Em 2000, eu fazia doutorado em Antropologia e fui viver com os Agta, caçadores coletores das Filipinas. Passei cerca um ano morando numa palafita de palha e percorrendo as comunidades com uma barraca nas costas. Essa era definitivamente a melhor viagem de imersão da região!
Os Agta têm uma cultura e um modo de viver absolutamente exóticos aos nossos olhos. São seminômades, dividem toda a comida que possuem mesmo que não tenham nada para o dia seguinte, compartilham todos os objetos pessoais, incluindo as roupas, não fazem distinção entre homens e mulheres na hierarquia familiar ou do grupo, não conhecem a própria idade, etc.. Ou seja, eu tive a oportunidade única de experimentar uma das comunidades mais autênticas que existem no mundo.
Quando estive ali havia só cerca 600 falantes da língua e a cultura está em extinção. Ainda assim, os Agta me deram um tesouro, uma experiência que me ensinou tanta coisa que não caberia em um post. Esse é o primeiro segredo de uma viagem genuína: a melhor forma de turismo é comunitário.
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Viva a diversidade!
Após um ano comendo arroz com sardinha nas Filipinas, aproveitei para dar uma voltinha na Ásia. Uma viagem com incrível diversidade cultural. Só na Índia, são falados cerca 400 idiomas e dialetos. Na Tailândia, além do tailandês, há línguas como o phuan, o nyaw, o galung, etc.. Considerando que cada uma delas representa vários modos de pensar, de agir e de viver….quanto material para o deleite do viajante!
O que nos leva ao segundo segredo: para uma experiência de viagem genuína, não basta um belo cenário. O melhor turismo é aquele que valoriza a diversidade cultural, se nutri dela, a alimenta e é consciente do seu papel.
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Lembra-se de que quem paga a banda, escolhe a música.
Mais de 30% dos turistas no mundo provêm de um país do G8 (países mais “ricos” do mundo). Estima-se, porém, que cerca 50% do dinheiro aportado, nem passa pelo bolso de pessoas do lugar. Por isso, é aconselhável consumir produtos e valorizar os serviços oferecidos por locais….e é muito mais divertido.
Assim fica o terceiro segredo: uma experiência de viagem genuína é uma experiência local multisensorial, além da melhor forma de praticar turismo sustentável.
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Faça uma expedição noturna pelo próprio quarto.
Allan de Button, em A Arte de Viajar, descreve o conto de um escritor do século 19 sobre uma expedição noturna pelo próprio quarto. Que cara doido, diríamos, mas nos faz pensar que, no fundo, o mundo não é mais do que a nossa própria casa. Não importa se em certos lugares, nos destacamos pela pinta de turista. Todos em volta são, na verdade, nossos vizinhos. Não há nada mais natural do que fazer perguntas, pedir indicações, puxar assunto com qualquer um na rua.
Aí vem então o quarto segredo: Interaja. Assim é maior a chance de que você volte para casa com novos amigos e possa contar para os velhos amigos como viajar de uma forma mais genuína.
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Busque a felicidade.
Por que afinal viajamos? O psicólogo Thomas Gilovich da Cornell University explica: “Porque são as experiências que você vive que o fazem ser quem você é, que constroem sua identidade, que te trazem a verdadeira felicidade.” A explicação é simples. Você se acostuma com os bens materiais, mas cresce e fica mais feliz a cada nova experiência, seja ela boa ou ruim. Aliás, são as últimas que costumam gerar as histórias mais divertidas. Por isso, se puder, não se planeje apenas para o hotel e as passagens aéreas: invista em atividades ao ar livre, eventos artísticos e oportunidades de aprendizado. Aventure-se. Esse é o último segredo.
“Quando observamos como algumas pessoas administram as próprias experiências – as insignificantes experiências do dia a dia – transformando-as em um solo fértil que produz frutos três vezes ao ano, enquanto outras – e quantas outras! – são carregadas pelas ondas do destino, nas mais variadas correntes de tempos e nações, e ainda assim permanecem na superfície, boiando como rolhas, somos tentados a dividir o gênero humano entre uma minoria que vive muito com pouco, e uma maioria que vive pouco com muito.”
Friedrich Nietzsche
Nota: Do latim experientia, experiência é a ação e o efeito de experimentar (realizar ações destinadas a descobrir ou comprovar alguma coisa).
Para conhecer melhor o projeto da GoLocal visite o site: GoLocal – Experiências compartilhadas
*Este artigo foi escrito pela Roberta G. De Souza, Bióloga, PhD em Antropologia Biologica. Co fundadora da empresa GoLocal – Experiências compartilhadas. Depois de mais de 15 anos de experiências com comunidades tradicionais dentro e fora do Brasil, a Roberta decidiu armonizar a sua paixão por viagens, natureza e comunidades com a fundação da GoLocal, empresa que tem como missão aproximar os viajantes ao trabalho de comunidades locais para promover um turismo mais consciente e valorizar a diversidade socioambientel. Se você deseja entrar em contato com ela sobre o artigo, por favor, comente abaixo.
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