Conhecer o Egito faz parte do imaginário de muitos viajantes, porém muitos fatores levam as pessoas a adiarem essa sonhada viagem. Vou mostrar apenas 8 motivos para visitar o Egito agora, mas posso garantir que existem muitos outros.
Historicamente o Egito sempre foi um destino de viajantes, já mesmo durante a antiguidade ele era um local que atraía estrangeiros que ouviam falar daquela civilização que construía monumentos enormes.
A história do Egito começa há mais de cinco mil anos antes de Cristo, ou seja, muito antes do tempo da ostentação e riquezas dos faraós, era conhecido como período Pré-Dinástico. Já a época faraônica que começou cerca de 3.100 A.C. com a unificação do Alto e Baixo Egito, pode ser dividida em três grandes períodos:
- Antigo Império – (2680 a.C. a 2180 a.C.) – época em que as pirâmides de Gizé e a Esfinge foram construídas.
- Médio Império – (2040 a.C. a 1780 a.C.) – época em que os egípcios expandiram seu território, conquistando a Núbia que era uma região rica em ouro.
- Novo Império – (1570 a.C. a 525 a.C.) – nesse período apesar dos grandes exércitos e novas conquistas, termina com a invasão persa e declínio do império.
- Por fim, em torno do quarto século antes de Cristo, o Egito perdeu sua autonomia primeiro para os persas, seguidos dos gregos, romanos, bizantinos, otomanos, franceses e ingleses.
Não tem como não apreciar uma viagem para um local com uma história tão rica e tão extensa. Os egípcios antigos sempre pensavam na vida após a morte, assim a construção de templos e tumbas era uma preparação para a eternidade. Por essa razão minha lista como os 8 motivos para visitar o Egito estará repleta de locais assim.
1. Pirâmides de Gizé
Sem dúvida alguma, quando falamos em Egito, logo as Pirâmides vêm a nossa mente. Elas estão localizadas no distrito de Gizé que está ao lado do Cairo e que juntos formam a metrópole chamada de Grande Cairo.
São várias as pirâmides naquela região, mas as mais conhecidas e famosas são três as maiores: Quéops, Quéfren e Miquerinos.
As pirâmides de Gizé são consideradas uma das Sete Maravilhas da Antiguidade e a única que ainda existe. Só isso já é um bom motivo para visitar o Egito.
A Grande Esfinge está no mesmo complexo, caso você não estiver visitando com um passeio organizado por uma agência, poderá alugar o serviço de charretes, camelos ou táxis para se locomover.
Todo o planalto de Gizé e as pirâmides de Memphis, fazem parte da lista de Patrimônios Mundiais da Unesco.
As pirâmides eram grandes tumbas construídas não apenas para faraós, mas também para a rainhas e nobres. A forma piramidal representa a eternidade.
À noite acontece um Show de Som e Luz que conta e mostra a grande história do Egito em uma hora de apresentação.
2. Mesquita de Alabastro
Alabastro é uma pedra semelhante ao mármore com a qual a mesquita foi construída. Contudo seu nome oficial é Grande Mesquita de Mohamed Ali Pasha. Seu estilo é otomano, ou seja, com uma grande cúpula central e várias cúpulas menos ao seu redor. Vale lembrar que esse estilo de mesquitas foi inspirado na Basílica Hagia Sofia em Istambul, a qual foi transformada em mesquita após a conquista de Constantinopla pelos Otomanos. (Já escrevi sobre ela, se quiser saber mais, basta clicar no link que está sobre o seu nome.)
Dentro da mesquita, além da linda decoração, ainda podemos ver o túmulo do Pasha Mohamed Ali, o qual é considerado o fundador do Egito moderno.
O pátio interno que antecede a entrada da mesquita é enorme e conta com uma grande fonte para as abluções que os muçulmanos fazem antes de entrar em uma mesquita. O pátio também é usado para eventos, como tive a oportunidade de ver um sendo organizado no momento da minha visita.
Atualmente a mesquita serve mais com ponto turístico, mas mesmo assim, espera-se um decoro durante a visita. É obrigatório tirar os sapatos e as mulheres devem estar com os joelhos, os ombros e a cabeça cobertos.
A Mesquita está localizada dentro da Cidadela de Saladino, a cidade antiga e amuralhada do Cairo. Outras atrações podem ser visitadas, além de se ter uma excelente vista do Cairo com as pirâmides ao longe.
3. Mercado Khan El-Khalili
Este é o mercado mais famoso do Cairo. Se você gosta dos mercados de estilo árabe e quer comprar lembranças e reproduções de objetos do Egito Antigo, este é o local perfeito. Mas lembre-se que a barganha faz parte da cultura local, então não tenha vergonha de pechinchar.
Tome cuidado para não se perder pelas muitas ruelas, pois são todas muito parecidas. Aconselho que você fique apenas na rua central e que não ande muito, pois as lojas são muito parecidas e provavelmente você não encontrará nada muito diferente.
Se estiver procurando por algum produto específico, vale tentar se informar antes, para não se tornar muito cansativo. Acho que visitar esse mercado deveria ser uma atividade para os últimos dias da sua viagem. Existem vendedores de produtos para turistas em todas as atrações que você for visitar, então, se deixou de comprar alguma coisa que se arrependeu, ainda terá uma última chance de encontrar um similar aqui.
Se você estiver viajando em grupo, possivelmente um segurança do próprio mercado andará próximo a vocês o tempo todo. Esse é um serviço que eles oferecem para que o turista tenha uma ótima experiência no país. O Egito já passou por um grande período sem a visitas de turistas (após a primavera árabe) e como essa é uma grande fonte de renda, eles têm tomado todas as precauções para que isso não aconteça novamente.
Outra atração imperdível no Cairo é visitar o 👉 Museu Egípcio, mas aconselho que você faça isso com um guia, para aproveitar melhor a sua visita.
4. Templo de Karnak
O Templo de Karnak foi sem dúvida, o que mais me impressionou em minha viagem. Para mim, foi o maior dos motivos para visitar o Egito pela segunda vez. Em minha primeira viagem, por motivos que não vale a pena citar agora, não pude conhecer Luxor. Então minha primeira viagem tinha sido incompleta e uma segunda foi necessária rs.
Este é o maior templo templo do Egito e sua reconstrução ainda continua a medida que mais fragmentos vão sendo encontrados.
Foi construído durante um período bastante extenso (2200 a 360 a.C.) e por um grande número de faraós, sendo os mais importantes Hatshepsut (a faraó mulher), Seti I, Ramsés II e Ramsés III.
Dentro do templo estão outros templos, como o Grande Templo de Amon, o grande lago sagrado e muitos santuários.
A parte mais espetacular do grande complexo é o Grande Salão Hipostilo – Hipostilo em grego, significa “teto sustentado por colunas”. Hoje não existe mais o teto mas apenas as 134 colunas, sendo as centrais com o capitel egípcio com a flor de lótus aberta e as laterais um pouco mais baixas com o capitel com a flor de papiro fechada.
Essas colunas são absurdamente grandes, sendo necessário várias pessoas para fechar um círculo em volta delas.
5. Templo de Luxor
Luxor, na antiguidade chamada de Tebas, foi a capital do Egito durante os períodos do Novo e Médio Império. Foi ali que viveram grandes faraós como Ramsés II e Hatshepsut, considerada a primeira feminista de toda a história mundial, pois governou o grande império do Egito, ocupando o lugar que era reservado somente aos homens.
Também foi ali que viveu o bem conhecido Tutankamon, que não chegou a ser um grande faraó, pois morreu ainda muito jovem.
O Templo de Luxor não está muito distante do Templo de Karnak, inclusive havia uma avenida de esfinges com 3 km de extensão que ligava um templo ao outro. Este templo também era dedicado ao deus Amon.
Logo à frente do imenso templo havia dois obeliscos, mas atualmente resta apenas um, pois o outro foi dado à França e hoje se encontra na Praça da Concórdia em Paris. Também à frente estão quatro estátuas de Ramsés II, sendo que uma delas foi recentemente restaurada, mas as demais ainda estão como foram encontradas.
Um fato interessante nesse templo é vermos registros de várias épocas, além da faraônica, ainda há adições greco-romanas, cristã com uma igreja e muçulmana com uma mesquita.
O templo esteve coberto por areia até ser encontrado em 1881 quando começaram as escavações.
6. Vale dos Reis
O Vale dos Reis está situado entre as montanhas de Tebas onde existe um pico em forma semelhante a uma pirâmide. Assim como os faraós do Império Antigo do Egito construíam pirâmides para servirem de necrópole, os faraós do Império Novo acreditaram que aquele vale seria um local perfeito, mais escondido para construírem suas necrópoles.
Como muitas pirâmides já haviam sido saqueadas, eles imaginavam que ali poderiam esconder e preservar suas riquezas. Isso porque os egípcios acreditavam na vida eterna e que todos os seus objetos e o próprio corpo eram importantes para a vida após a morte. Na realidade não deu muito certo, porque muitas das tumbas foram saqueadas ainda na antiguidade.
A mais famosa das tumbas do vale dos reis é a de Tutankamon, isso porque foi a única encontrava intacta quando descoberta por acaso, durante uma escavação em 1922 . Como Tutankamon reinou por apenas nove anos, sua tumba era pequena, mas mesmo assim o tesouro lá encontrado era magnífico. Fica-se então, imaginando como seriam as grandes tumbas dos grandes faraós.
Até o momento foram encontradas 63 tumbas no Vale dos Reis, mas apenas quinze estão abertas para visitação.
O ingresso inclui a visita a três delas, caso queira visitar mais, precisa pagar um adicional, A tumba de Tut, por ser a mais famosa, deve ser paga a parte de qualquer forma. Nosso guia disse que não valeria a pena, pois ela está vazia. Todo seu tesouro está no Museu do Cairo.
O Templo de Karnak, o Templo de Luxor, o Vale dos Reis e o Vale das Rainhas fazem parte do sítio arqueológico “Tebas Antiga e a suas Necrópoles” e é um Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1979. O sítio é uma evidência impressionante da civilização egípcia em seu auge.
7. Templos de Abu Simbel
Abu Simbel talvez seja a cereja do bolo do templos do antigo Egito e um dos principais motivos para visitar o Egito. Trata-se de dois templos escavados na rocha, um dedicado a Ramsés II e outro a Nefertari, a esposa predileta daquele faraó. Os templos foram construídos por Ramsés II no século XIII a.C.
No interior do templo dedicado ao faraó, em um recinto que somente ele teria acesso, estão quatro estátuas – uma de Ramsés, e as outras dos três deuses por ele adorados: Rá-Haraqueti, Ptá e Amom-Rá. A sala foi projetada para que o sol a iluminasse apenas duas vezes no ano em 22 de fevereiro e em 22 de outubro, datas do nascimento e coroação do faraó.
Com o passar do tempo, os templos de Abu Simbel ficaram encobertos pelas areias do deserto, até serem encontrados e saqueados no século XIX.
Nos anos 1960 a construção da barragem de Assuã iria inundar esses templos, então a UNESCO fez uma grande campanha internacional para arrecadar fundos para salvar os monumentos. Com isso, num grande trabalho que envolveu pesquisadores, arqueólogos e trabalhadores de vários países, os templos foram desmontados e reconstruídos recuando vários metros distante das águas do Lago Nasser que se formaria com a barragem.
Em retribuição à ajuda recebida, o Egito doou a museus internacionais alguns templos menores e uma parte dos achados que ficariam submersos.
Se quiser saber mais sobre essa operação, no YouTube existe um documentário que mostra como tudo foi feito.
Abu Simbel está distante umas três horas por estrada de Assuã, para chegar até lá é imprescindível contratar um passeio com agência de turismo. O caminho de Assuã até os templos que ficam a apenas 40km da fronteira com o Sudão, é pelo meio do deserto e deve ser feito na madrugada. Eu fiz o passeio terrestre (clique aqui para saber mais), mas se você for mais abastado, pode fazer o aéreo, um pouco mais caro, mas muito mais rápido.
Obs.: Os templos que citei acima, Templo de Karnak, Templo de Luxor e Vale dos Reis, assim como outros templos que não mencionei, eu conheci durante o Cruzeiro de 5 dias pelo Rio Nilo. O cruzeiro vai de Luxor a Assuã e vice-versa e é a melhor forma para conhecer todos os templos, além de outras atividades que já estão incluídas. Não aconselho que você faça o percurso inverso, pois ele é de apenas 4 dias e as atividades ficam mais intensas. A ida aos Templos de Abu Simbel é um passeio vendido à parte, os demais estão incluídos no roteiro do navio.
8. Mosteiro de Santa Catarina
Deixei o Mosteiro de Santa catarina como o último dos motivos para visitar o Egito, porque ele está situado na península do Sinai. O Egito é um dos poucos países do mundo que está situado em dois continentes, África e Ásia. A península do Sinai é a parte asiática do país e uma área que já fez parte de grandes conflitos. Atualmente a região é considerada segura para se viajar, mas é altamente policiada e com vários check points em todo o caminho. Os ônibus de turismo normalmente viajam em comboio e com segurança armada acompanhando. Caso você sinta algum desconforto com isso, melhor não viajar nessa parte do país.
A península do Sinai é banhada pelo Mar Vermelho e a cidade de Sharm el-Sheij é um belíssimo balneário com vários resorts onde os amantes de mergulho vão para apreciar a grande quantidade de corais da região. Aliás, essa é uma das razões pelo qual o Mar Vermelho tem esse nome.
Bom mas deixa eu falar sobre o Mosteiro de Santa Catarina. Ele foi construído por ordem do Imperador Justiniano I e até hoje está em uso para a sua função original.
O mosteiro foi construído em volta da Capela de Santa Helena, a qual foi levantada a pedido de Helena a mãe do Imperador Constantino, o primeiro imperador cristão, no local onde foi encontrada a Sarça Ardente. A Sarça Ardente é um arbusto que segundo as escrituras sagradas, pegava fogo, mas não se consumia, enquanto Moisés recebia o chamado de Deus para libertar os israelitas do Egito.
O mosteiro também possui a segunda maior biblioteca de pergaminhos, somente inferior à do Vaticano. Ele fica aberto por apenas uma hora em cada manhã, por isso é importante estar à sua porta logo cedo.
Outro passeio muito apreciado pelos entusiastas de caminhadas, é subir o Monte Sinai durante a noite e contemplar lá do alto, o lindo nascer do sol. Trata-se de uma caminhada pesada, a qual eu não fiz, mas que vi as fotos de quem fez e fiquei morrendo de inveja de não ter ido. Se você tiver um bom preparo físico, algo que eu não tenho, não deixe de fazer. Em média as pessoas sobem em umas quatro horas e depois levam umas duas ou três horas para descer, mas todas as pessoas com quem falei, disseram que compensa. O caminho é guiado por um beduíno local e no percurso há vários locais para descanso e tomar um café ou chá.
Para fazer esses dois passeios é bom estar hospedado nas imediações, normalmente são hotéis simples, mas que incluem jantar e café da manhã. Clique aqui para ver a disponibilidade e preços.
Fiz toda a viagem com Internet ilimitada em meu celular, o que achei muito importante porque a maior parte do tempo estava fora do hotel e no navio não haveria wi-fi. Funcionou super bem até mesmo durante o percurso pelo deserto. Para contratar o serviço e receber o chip em sua casa antes de viajar clique no link 👉 EasySim4You
Este post faz parte de uma blogagem coletiva chamada projeto 8on8. Nele, alguns blogs de viagem postam 8 fotos no dia 8 de cada mês, sempre seguindo um tema previamente escolhido. O tema deste mês é 8 Motivos para Visitar um Destino. Abaixo estão os links para os demais blogs que participaram do projeto este mês, com o destino que cada um escolheu. Para ler, basta clicar no link que você será direcionado para o post.
Let’s Fly Away – Pontos turísticos de Washington. 8 motivos para visitar o Lago Tidal Basin.
Mulher Casada Viaja – 8 Motivos para NÃO visitar à Costa Amalfitana no verão
Destinos por onde andei… – Motivos para visitar o Porto, 8 inspirações
Travel Tips Brasil – Cafayate: 8 motivos para visitar o norte Argentino
Viajante Econômica – 8 motivos para visitar Milão
Chicas Lokas – 8 motivos para viajar para Canela
Espiando pelo Mundo – Bela Itália
Quer guardar este post para ler mais tarde? O Pinterest é um ótimo lugar para isso. Basta salvar a foto abaixo em uma pasta e depois quando clicar nela, você será direcionado novamente para cá. Simples né? 😉 Ainda não usa o Pinterest para organizar suas viagens e outros assuntos? Então dá uma lida no post 👉 Como Planejar uma Viagem Usando o Pinterest.