Entre Polos

Uma Visita a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos no Rio de Janeiro

Igreja

A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foi fundada em 1640, sendo ela que abrigava aos negros e pardos do Rio de Janeiro. Naquela época, funcionava na “Igreja Jesuítica de São Sebastião”, no morro do Castelo (atualmente demolido), de onde tiveram de sair por volta de 1700. A irmandade construiu uma nova igreja entre 1701 e 1737 na chamada rua da Vala (atual Uruguaiana), rua esta que, na época, marcava os limites da cidade. A capela-mor atual é o resultado de uma reconstrução por volta de 1772.

Catedral (1737-1808)

A sede episcopal, que já havia transitado da Igreja de São Sebastião, no morro do Castelo, para várias outras na cidade, instalou-se na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito em 1737, apesar dos protestos da irmandade (que, porém, continuou a funcionar na mesma igreja). Em 1808, com a chegada de dom João VI ao Rio de Janeiro, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e São Benedito perdeu a condição de catedral para a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo, mais próxima ao Paço Real.

Sede da Câmara Municipal (1812-1825)

Durante um período de 13 anos, entre 1812 e 1825, funcionou, nas dependências da igreja, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Reforma (século XIX)

No século XIX, a igreja passou por uma grande reforma, na qual a decoração interna em talha dourada foi refeita por Antônio José Monteiro em cerca de 1861. A fachada também foi alterada, com a reconstrução total das duas grandes torres. Foi mantida a portada de inícios do século XVIII, muito importante esteticamente por ser um belo e raro exemplar em estilo maneirista (tardo-renascentista), em lugar do barroco que predominava nas igrejas da cidade.

Incêndio em 1967

Atualmente, a igreja não tem praticamente nenhuma decoração interna, devido a um terrível incêndio ocorrido em 1967 que destruiu os altares e talha das capelas, paredes e colunas. Tragicamente, no incêndio perdeu-se também o chamado Museu do Negro, que funcionava no segundo andar da igreja e que continha importantes documentos relacionados à história da irmandade.

O interior foi reconstruído pelos arquitetos Lúcio Costa e Sérgio Porto. Apesar da tragédia, o aspecto pelado do interior serve de demonstração da importância da talha dourada na construção do espaço interno nas igrejas barrocas brasileiras (e portuguesas): sem talha, o interior de uma igreja daquela época perdia todo o sentido.

Personalidades ligadas à irmandade

Como irmandade de negros e pardos, muitos destacados membros dessa comunidade formaram parte da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos na época colonial, como o escultor e urbanista Valentim da Fonseca e Silva (enterrado na igreja em 1813 e recordado na entrada em uma placa de bronze) e o compositor e regente Padre José Maurício Nunes Garcia, que foi diretor musical da igreja (1798-1808), quando ela ainda era a catedral da cidade.

Reabertura do Museu do Negro em 2013

Em 13 de maio de 2013, o Museu do Negro, que funcionava no segundo andar da igreja e que havia sido destruído no incêndio de 1967, foi reaberto ao público, após reforma.

Endereço da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos:

Rua Uruguaiana, 77 – Centro – Rio de Janeiro, Rj

Horário de Missas:

Segunda-feira: 08:00, 12:00, 16:00
Terça-feira: 08:00, 12:00, 16:00
Quarta-feira: 08:00, 12:00, 16:00
Quinta-feira: 08:00, 12:00
Sexta-feira: 08:00, 12:00, 16:00
Sábado: 12:00
Primeiro Domingo: 11:00

Booking.com

Crédito foto de capa: Giro Carioca

Visitando o Rio? Que tal saber como organizar sua visita ao Cristo Redentor?