O Santuário Nacional de Aparecida está localizado no estado de São Paulo, entre as duas maiores cidades do país: Rio de Janeiro e São Paulo.
Além de ser o maior santuário mariano do mundo, a basílica nova é a segunda maior igreja do mundo, só ficando atrás da Basílica de São Pedro no Vaticano.
Para mim foi uma surpresa muito agradável conhecer toda a infraestrutura do Santuário Nacional de Aparecida. Já visitei vários santuários pelo mundo e percebi que o nosso não deixa nada a desejar, tanto quanto aos espaços enormes, como a diversidade de atividades que podem ser praticadas.
O lema do santuário é “Acolher bem também é evangelizar” o que explica a organização que encontramos por lá.
Basílica Catedral de Aparecida
Não tem como a gente não ficar chocada com a imensidão e beleza dessa basílica. Me acostumei a visitar igrejas europeias construídas na idade média e consequentemente muito escuras, assim fiquei muito surpresa com a luz no interior da Basílica do Santuário Nacional de Aparecida.
Como ela foi construída em forma de cruz, podemos ver quatro fachadas semelhantes. Nós chegamos por essa onde estão as colunatas e as 12 estátuas dos Apóstolos na Esplanada João Paulo II.
A basílica é chamada de nova em oposição à antiga, sua construção teve início em 1955, mas a primeira missa foi celebrada quando a pedra fundamental foi lançada em 1946.
Somente em 1982 é que a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi trazida da Basílica Velha para a Basílica Nova.
Já escrevi aqui no blog sobre a ➡ Basílica Velha de Aparecida que é onde a imagem original de Nossa Senhora Aparecida ficou até 1982, quando foi transferida para a Basílica Nova. Não deixe de atravessar a Passarela da Fé e ir conhecer a Basílica Velha construída em estilo colonial e muito linda.
O arquiteto responsável pela construção da nova basílica foi Benedito Calixto, que a projetou no estilo neorromânico, o qual é uma reinterpretação do estilo românico, vigente na Europa durante a Idade Média. Ela é toda revestida de tijolos de barro, o que mantém uma boa temperatura interna e excelente acústica, mas também remete ao fato da própria imagem de Nossa Senhora ser de barro.
A Basílica de Aparecida tem 25.000 m², comporta até 30.000 pessoas por celebração. Os números são impressionantes, entretanto para mim, foi a decoração que mais chamou a atenção.
Imagem de Nossa Senhora Aparecida
A imagem de Nossa Senhora que deu origem à fé que ela recebe no Brasil, foi encontrada no Rio Paraíba do Sul em 1717 por pescadores, que em seguida fizeram uma pesca milagrosa. Foi através do testemunho desses pescadores que a devoção se espalhou pelo Brasil.
Atualmente a imagem milagrosa se encontra em um nicho especialmente confeccionado para ela com uma altura de 37 metros. O nicho é decorado com pastilhas douradas e com gravuras que relembram a sua aparição aos pescadores.
O local está organizado para a formação de filas, pois todos querem chegar perto da imagem. Quando estivemos lá, não estava muito cheio, mas pela estrutura, deu para perceber que grandes filas são formadas em datas especiais.
Porta Santa
A arte na face externa da Porta Santa simboliza a Anunciação à Virgem Maria. No lado esquerdo está o Arcanjo Gabriel, oferecendo o coração à Maria que está no lado direito.
No piso à frente da porta está o Brasão do Vaticano, o qual toda basílica deve possuir e representar de alguma forma.
Baldaquino da Basílica de Aparecida
Chama-se baldaquino o conjunto composto pelas quatro colunas que sustentam a cúpula da basílica. Em cada coluna estão representados anjos, etapas da vida humana e um vasto número de espécies de plantas e animais dos biomas brasileiros, além de ipês em diferentes fases do seu desenvolvimento.
Em uma das colunas, com o Anjo Negro e o Ipê no inverno, são representadas a fauna e a flora da caatinga da região Nordeste do Brasil. Encontramos as figuras da carnaúba, mandacaru, suçuarana, tamanduá bandeira, além do medalhão com a fecundação do óvulo.
Na coluna seguinte, com o Anjo Branco e o Ipê na primavera, são representados a fauna e flora da região Sudeste, destacando o bioma Mata Atlântica. Assim encontramos as gravuras de palmeiras, bananeiras, onça pintada, lobo guará, anta e o medalhão com o embrião.
Agora na terceira coluna, com o Anjo Caboclo e o Ipê no verão, apresenta espécies dos biomas Mata Atlântica e Pampa que estão inseridos na região sul do país. Podemos ver as Araucárias que é uma espécie uma espécie em extinção, o suinan, o macaco bugio e a jacutinga, além do medalhão com o bebê.
No último pilar, com o Anjo Indígena e o Ipê no outono, estão representados o maior bioma do Brasil, Amazônia. Nele além da rica vegetação como a vitória régia, a castanheira do Brasil, o cumaru, mostra os animais como as borboletas, o boto e o macaco, incluindo ainda o medalhão do casal.
Me lembro de ter ficado muito tempo admirando toda essa obra de arte, a qual me emocionou profundamente. Acho que ela expressa de maneira muito viva a nossa nação, muito diferente das igrejas que costumo visitar em minhas viagens.
Capela de São José
A Capela de São José fica à esquerda do Altar Central, onde em dias e horários de pouco movimento, as missas são celebradas.
O Portão da Capela, em ferro batido, representa a entrada do jardim, com lírios em ouro e se lê a frase “Dominus Domum Joseph Concredidit” (O Senhor confiou a José a Sua casa).
A decoração da capela também é repleta de simbologia como a cúpula em tons de ouro que representa o luz de Cristo.
Os lírios no piso simbolizam a pureza e a sabedoria do pai adotivo de Jesus e as estrelas de Davi no corredor lembram a sua descendência. O painel central representa o sonho bíblico de José, que dizia para ele não ter medo de acolher Maria como esposa.
Cúpula do Santuário Nacional de Aparecida
Todo o projeto artístico interno da Basílica de Aparecida foi responsabilidade de um dos maiores artistas de arte sacra do Brasil, Cláudio Pastro. Assim, é dele a arte que aparece na enorme cúpula da igreja, a qual foi inaugurada em 2017 para as comemorações dos 300 anos do aparecimento da pequena imagem de barro nas águas do rio Paraíba.
O tema usado na decoração da cúpula faz alusão à parábola do grão de mostarda, que se transforma em uma grande árvore onde os pássaros serão acolhidos, a Árvore da Vida. No centro da cúpula, está o pássaro branco que significa o Espírito Santo.
Os demais pássaros representados fazem parte da fauna brasileira das seguintes espécies: Pavão do Pará, Papagaio Real, Maritacas, Colheiro, Guará, Beija flor, Arara Canga, Arara do Planalto, Tucano, Gavião da Roça, Arara Azul e Tuiuiú. Eles representam os peregrinos que visitam o santuário e nele encontram o refúgio para renovar sua fé.
A cúpula do Santuário Nacional de Aparecida pode ser visitada diariamente mediante pagamento de uma pequena taxa.
Rosa de Ouro
A Basílica de Aparecida recebeu por três vezes a Rosa de Ouro, uma das mais antigas e nobres condecorações papais, a primeira em 1967, a segunda em 2007 e a terceira oferecida pelo Papa Francisco em 2017.
A Rosa de Ouro é feita de ouro puro, com leve tom de vermelho, criada para o Vaticano por ourives renomados. Todos os anos elas são abençoadas pelos papas durante a quaresma e guardadas para serem depois oferecidas como símbolo de afeição àqueles que tenham demonstrado espírito de à Santa Sé.
Sabe-se da existência dessa condecoração desde o ano de 1096, sendo que nos anos recentes ela se tornou mais rara e passou a ser oferecida primordialmente a santuários.
Subsolo da Basílica de Aparecida
O subsolo da basílica é onde estão instalados o estúdios de gravações da TV Aparecida, a Sala de Promessas, lojas, livraria e um espaço especial para as crianças. Ainda há uma padaria chamada Casa do Pão, que além de oferecer uma grande variedade de doces, pães e bolos, alguns com embalagens lindas para levar como presente, ainda é um projeto social onde jovens são aprendizes dessa arte.
Torre Brasília
A imensa torre com 109 metros de altura e com dezesseis andares é conhecida como Torre Brasília. Nela estão localizados a maioria dos setores administrativos do Santuário de Aparecida.
É também na torre que está o Museu Nossa Senhora Aparecida que reúne exposições permanentes e temporárias sobre diversas temáticas, tendo como base a história da devoção nossa padroeira.
O Mirante encontra-se no último andar da Torre Brasília e dele se tem uma explendida vista de 360° do vale do Rio Paraíba e arredores.
A torre foi inaugurada em 1961, e contou com a presença do então presidente JK. Em 2007 a torre recebeu o imenso relógio que pesa 4 toneladas.
Para visitar o museu e o mirante, é cobrado uma pequena taxa. Pode-se fazer um combo com a visita à cúpula da basílica com preço mais reduzido ainda.
Campanário
O Campanário do Santuário Nacional é composto por 13 sinos, sendo que doze deles são dedicados a cada um dos doze apóstolos de Jesus e o décimo terceiro e o maior deles, é dedicado a Virgem de Aparecida e a São José.
Centro de Apoio ao Romeiro
O Centro de Apoio ao Romeiro oferece vários serviços aos visitantes. A começar pelo estacionamento gigante com 3 mil vagas para automóveis e 2 mil vagas para ônibus, além de socorro mecânico.
Um local que recebe multidões não poderia deixar de ter um ambulatório médico, além de cadeiras de rodas fornecidas gratuitamente para a visita.
Para as mamães de pequenos, fraldário equipado com trocador, pia e micro-ondas. Contudo não há carrinho de bebê para empréstimo ou aluguel.
Existem duas praças de alimentação onde se pode encontrar caixas de bancos 24h e locais para recarga gratuita para celulares.
Afora a central de informações, achados e perdidos, ponto de encontro equipado com sistema de som e equipe especializada para orientar os visitantes e localizar pessoas perdidas.
Acessibilidade do Santuário Nacional de Aparecida
O Santuário possui rampas e banheiros adaptados para visitantes com cadeira de rodas.
Bondinho de Aparecida
Os embarques e desembarques são realizados tanto na Estação Santuário, localizada no Santuário Nacional, quanto na Estação Cruzeiro, no Morro do Cruzeiro.
Morro do Cruzeiro em Aparecida
O morro fica do outro lado da via Dutra e além de ser um passeio para uma bela vista do santuário é também o local onde acontece a tradicional Via Sacra nas sextas-feiras da Quaresma.
Os painéis da Via Sacra são obra do artista plástico Adélio Sarro. Já o Cruzeiro, que mede 23 metros e pesa 25 toneladas, é obra de Claudio Pastro.
Terminamos nossa visita com essa linda imagem do Santuário de Aparecida ao entardecer. Como estávamos de carro, seguimos até Guaratinguetá para nos hospedarmos no ➡ Hotel Ibis Guaratinguetá Aparecida, o qual eu recomendo. Ele é um hotel simples como toda a rede, mas novo e com um preço muito abaixo dos hotéis em Aparecida. Além disso, no dia seguinte, conhecemos a Igreja de Santo Antônio e o ➡ Santuário do Frei Galvão.
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Obs.: As informações deste post são decorrentes da viagem que fiz com a minha família quando isso era possível ou têm como fonte o site oficial do Santuário Nacional de Aparecida.