Como ir Acampar no Grand Canyon
Last Updated on by Rodrigo Souza
Neste post você vai inteirar-se de como acampar no Grand Canyon e saber como foi minha aventura por lá.
Com uma nova viagem para os Estados Unidos se aproximando, percebi que ainda não havia escrito nada sobre aquele país. Já estive lá várias vezes e fiquei imaginando sobre qual das viagens poderia escrever.
Pensei um pouco e me lembrei da viagem mais legal que fiz para lá: um mochilão de 3 meses. É claro, já faz muito tempo…
Mas não se preocupem, não vou contar a viagem toda. Só vou só relembrar de um pequeno episódio dela. O qual foi a maior aventura que já fiz em viagens, pois quem me conhece sabe, não sou nem um pouco chegada em aventuras radicais.
O tal episódio, trata-se da minha visita ao Grand Canyon, onde acampei por três noites. Sim, eu acampei, e foi a primeira vez que fiz isso na vida. Não tivesse, anos depois, ido junto com uma amiga acampar em Antonina no Paraná, teria sido a primeira e única vez.
Vou contar um pouco da minha experiência, mas vou colocar informações atuais aqui. Pelo que estive lendo, elas não são muito diferente do que eram, a não ser pelo maior número de turistas, que cresce em todo o mundo.
Descer o Grand Canyon até o Rio Colorado é realmente uma grande aventura, principalmente no verão. A temperatura chega facilmente a 40°C, com sensação térmica ainda maior. É clima de deserto e por essa razão exige muitos cuidados e alguma preparação.
Além do que, é o oposto de escalar uma montanha, pois quando você vai subir, que é a parte mais difícil, já está cansado. É absolutamente desaconselhável descer e subir no mesmo dia.
Para fazer qualquer uma das trilhas é preciso uma prévia autorização do Parque Nacional do Grand Canyon. Somente um limitado número de pessoas pode descer diariamente para que o meio ambiente seja preservado.
Para quem não tem autorização (meu caso), ainda existe uma chance. Todas as manhãs, as pessoas que irão descer, devem se apresentar no escritório do parque para pegar a autorização impressa. A qual, tem que estar fixada visivelmente em sua mochila. E depois, no acampamento, na sua barraca (se você tiver uma). Os rangers (guardas do parque) checam isso constantemente.
Continuando… No final da manhã, não me lembro ao certo o horário limite, eles encerram a possibilidade de pegar a credencial para descer. Quem compareceu até aquele momento pode iniciar a caminhada. Quem chegar depois, mesmo com reserva, perde a vez.
Bom, é aí que surge a chance para quem não tem reserva, existe uma lista de espera para ocupar o lugar de quem não compareceu.
As trilhas no Grand Canyon
Consegui a vaga para acampar a primeira noite no meio do caminho (ou mais ou menos no meio), no Indian Garden Campground. E depois mais duas noites no acampamento principal, próximo ao Rio Colorado e às margens de um riacho, no Bright Angel Campground.
Como vocês podem ver na foto acima, são três trilhas. Duas no lado sul, o mais popular e uma no lado norte.
Fiz a trilha chamada Bright Angel, a qual é considerada a mais fácil e rápida. Bom, não tão rápida. Levei duas horas para chegar até o primeiro acampamento e no dia seguinte mais uma hora e meia para o final da trilha.
Como Acampar no Grand Canyon
Na minha primeira noite, no acampamento intermediário, dormi em uma barraca emprestada pelo ranger. Acho que ele ficou com pena de mim, vestida e calçada inadequadamente para aquela caminhada e com cara de apavorada. Também achou legal o fato de eu ser brasileira. Ele disse que era super raro ver brasileiros por ali (acho que atualmente não é mais assim).
Nas duas noites seguintes, acampei ao relento. É o quê a maioria dos trilheiros faz, pois carregar uma barraca se torna muito pesado. Aqueles que carregam, acabam jogando fora durante a subida. Depois os rangers recolhem e guardam. Foi uma dessas que aproveitei.
Os espaços para acampar são demarcados e vão sendo preenchidos à medida que as pessoas vão chegando. Havia três deles que eram cobertos e foram os primeiros a serem ocupados. Quem não tem barraca quer se proteger.
A foto abaixo não é minha, mas o local que fiquei era igual a este.
Não preciso nem dizer que essa foi a noite mais longa da minha vida. Estava extremamente quente, mas eu ficava o tempo todo dentro do meu saco de dormir. Estava morrendo de medo dos animais que pudessem aparecer.
Depois da palestra de como acampar no Grand Canyon, na sede do parque no dia anterior, confesso que fiquei com vontade de desistir. Eles informaram sobre os diversos animais selvagens que existiam no parque e frisaram muito a possibilidade de picada de escorpião. Foi aí que fiquei apavorada, mas acabei enfrentando meu medo.
Felizmente não vi nenhum escorpião, mas toda vez que ouvia um barulhinho, tirava minha cabeça pra fora do saco de dormir. Fiz isso muitas vezes e em duas delas vi animais. Na primeira vez vi um ringtail cat , que é tipo um guaxinim e na segunda vez vi um veado, exatamente ao meu lado. Quando me mexi ele saiu correndo. Ufa!!
Felizmente lá pelas 4h da manhã, começou a chover bem forte. Todos que estavam sem barraca correram para aqueles 3 locais cobertos que mencionei acima. Logo depois veio até o pessoal que estava em barracas, pois a chuva virou tempestade. Assim, dormimos todos felizes, amontoados e abrigados. Na noite seguinte, também consegui espaço para por meu saco de dormir ali.
O retorno – subindo o Grand Canyon
Tudo isso foi super tranquilo, comparado ao que foi fazer a trilha de volta.
Como o ambiente entre trilheiros é muito legal, fiz várias amizades durante os dois dias lá embaixo. Fizemos várias caminhadas, almoços comunitários, idas a cantina à noite, além de muito bate-papo com gente do mundo todo.
Lá, o pessoal se organiza pra subir em pequenos grupos, para que um possa dar força ao outro. Sou muito grata a dois rapazes que não me deixaram para trás. Eles diminuíram o ritmo da caminhada para que eu não ficasse sozinha. Sabiam do perigo que uma pessoa corre se fica muito cansada ou com desidratação. Levamos quase 8 horas para fazer a trilha toda, mas paramos várias vezes e conversamos muito.
Como acampar no Grand Canyon descendo de Mula
Se você não quiser passar por esse perrengue, mas mesmo assim quer descer uma trilha no Grand Canyon, ainda existe a opção do passeio de mula.
O número de pessoas que pode descer dessa forma, também é limitado. Sinceramente, não me pareceu muito agradável, por causa da inclinação.
Mas enfim… Essas pessoas ficam hospedadas lá embaixo no Phantom Ranch.
O hotel é uma gracinha e tem serviço de cantina, a qual usei para lanchar e comprar algumas comidinhas para a trilha de volta. Estive lendo e parece que agora está mais restrito, precisando fazer reserva para isso também.
Eles também possuem dois dormitórios, feminino e masculino. Ahh, se eu soubesse disso naquela época, não teria dormido ao relento.
Clique no link para saber mais informações sobre Como acampar no Grand Canyon descendo de mula.
Como conseguir permissão para acampar e fazer uma trilha
Ficou com vontade de fazer alguma das trilhas e quer a permissão? Então anota aí: as reservas começam 4 meses antes do mês que pretende ir, mas normalmente esgotam na primeira semana depois que são liberadas.
Só é possível reservar via fax, correspondência ou pessoalmente. E-mail, nem pensar.
Aqui está o link com o pdf do formulário de solicitação. Nele constam todas as informações necessárias para preenchimento e envio.
Se quiser ler mais sobre o acampamento no Grand Canyon, acesse o site do parque aqui.
Como Chegar no Grand Canyon
Como eu estava viajando de ônibus e parando bastante. Fiz o seguinte: Saí de Las Vegas e fui até Flagastaf (135 km), que é a cidade mais próxima do Grand Canyon borda sul (South Rim). De Flagastaf peguei outro ônibus até dentro do parque.
O lado sul é o mais visitado, pois tem melhor infraestrutura e inúmeros mirantes. A grande maioria do visitantes, não desce as trilhas. Eles vão apenas até os mirantes, alguns já envolvendo uma boa caminhada.
O lado norte (North Rim) é menos frequentado e não fica aberto o ano todo, apenas de maio a outubro. Sei também que é mais difícil chegar lá.
Voltando ao lado sul. Você pode circular pelo parque a pé, de carro ou com o serviço de ônibus gratuito. Existem muitas facilidades na área, como banco, mercadinho (onde comprei tudo que precisava para fazer a trilha), posto de gasolina, oficina mecânica, centro médico, canil, museu, centro de informações do parque, hotéis, lavanderia e chuveiros.
Faço aqui um elogio aos chuveiros, foi lá que tomei o melhor banho da minha vida. É claro, depois de três dias sem um. Custava US$ 1 , e eles diziam que era o suficiente para um bom banho (8 minutos). Achei que não seria suficiente para mim, então levei US$ 5 em moedas e usei todas.
Onde se hospedar, se não for acampar.
Se decidir se hospedar em algum hotel, tem que reservar com muita antecedência. Naquela época, já ouvia as pessoas falando, em um ano de antecedência, para reservar hotéis em qualquer parque nacional americano. Agora não é diferente, as reservas abrem com 13 meses de antecedência e esgotam muito rapidamente.
São quatro hotéis estilo lodge na parte superior e o hotel lá embaixo, o qual já mencionei.
Este é o link da concessionária que administra os hotéis dentro do parque.
Contudo, ainda há opções de hotéis em Tusayan, um pequeno vilarejo na entrada do parque. Pode reservar pelo Booking.com
Se você se programar com antecedência com certeza vai fazer um passeio fantástico. Mas caso não seja possível a tal antecedência, um pouco de sorte também vai ajudar.
Num outro momento conto como foi a minha experiência no Yellowstone National Park, a qual também envolveu um bocado de sorte.
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Agora, que tal assistir este vídeo com mais informações? Lamento, mas está em inglês e sem legenda, contudo dá pra ter uma ótima ideia de como é acampar no Grand Canyon.
Não escrevi muito sobre os Estados Unidos, apesar de já ter viajado bastante por lá. Talvez você se interesse pelo post O que fazer em Washington, DC ou como ir de Nova Iorque para Washington, DC.
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