Eu não simplesmente fui à Nicarágua; eu a senti. Senti isso no rugido dos vulcões sob meus pés, na liberdade de uma estrada aberta e no calor avassalador de seu povo. É um país cru, autêntico e intensamente belo. Para esta aventura, decidi trocar os ônibus pela liberdade suprema: um carro alugado. Esta é a minha história de uma semana inesquecível explorando a terra dos lagos e vulcões do meu jeito.

Por que Nicaragua?
Depois de meses navegando por fotos das multidões e dos preços da Costa Rica, meu olhar se voltou para o norte do mapa. A Nicarágua prometia paisagens vulcânicas semelhantes, praias imaculadas e charme colonial, mas com uma fração do turismo e um impacto muito menor no meu bolso. Foi como descobrir um segredo — um segredo que agora compartilho com prazer.
Além disso, como eu já tinha estado na Costa Rica e queria fazer uma parada na América Central a caminho do Brasil para visitar minha família, a Nicarágua parecia o destino perfeito.




Por que dirigir na Nicaragua?
Todos me disseram para pegar ônibus. “Dirigir é uma loucura!”, diziam. Mas eu ansiava pela flexibilidade de parar quando quisesse, explorar curvas escondidas e não ficar preso a um horário. E sabe de uma coisa? Foi a melhor decisão que tomei. Com um bom mapa, um senso de aventura e essas dicas, dirigir na Nicarágua não é apenas administrável, é emocionante.
Dirigir, na verdade, não é tão louco assim! As estradas são, em sua maioria, ótimas e geralmente sem trânsito. O único lugar onde pegamos engarrafamentos foi em Manágua.


Meu roteiro de viagem de 7 dias pela Nicarágua (ida e volta saindo de Manágua)
Cheguei e saí do Aeroporto Internacional Augusto C. Sandino (MGA). Reservei um carro econômico online com antecedência e o retirei no aeroporto. Dica profissional: Contrate o seguro completo. Vale a pena pela tranquilidade.
Na verdade, foi super barato. Tipo US$ 7 por dia! Se quiser saber como encontrei essa oferta, dê uma olhada no meu artigo com os 7 sites mais baratos para pesquisar e reservar seu carro alugado.
Dia 1: Pouso, Rodas Baixas e Sonhos Coloniais
Cheguei em Manágua, passei pela alfândega e encontrei o balcão da minha locadora no saguão de desembarque. Após uma inspeção completa do carro (tirei fotos de tudo), conectei Granada aos meus mapas offline e peguei a estrada.
Sair de Granada foi como entrar em um cartão-postal. A cidade é um caleidoscópio de prédios coloniais coloridos em torno de um vibrante Parque Central. Passei a tarde me perdendo pelas ruas de paralelepípedos, admirando a icônica fachada amarela da Catedral de Granada e subindo no campanário da Igreja de La Merced para uma vista panorâmica de tirar o fôlego da cidade e do Lago Nicarágua. Meu dia terminou com uma Toña gelada (a cerveja local) em um terraço, observando o pôr do sol sobre os telhados vermelhos.
- Hospedagem: Fiquei em uma pousada adorável, mas Granada oferece opções que vão de albergues a hotéis de luxo.
- Comida: Não perca o vibrante mercado para uma experiência de almoço verdadeiramente local.

Dia 2: Embarque no Vulcão e Liberdade na Ilha
Este foi o dia em que risquei algo insano da minha lista de desejos: vulcanismo no Cerro Negro. Embora o vulcão fique perto de León, muitas empresas oferecem passeios de um dia saindo de Granada. Depois de uma caminhada extenuante, mas divertida, subindo as encostas de cascalho preto, usando um macacão laranja fornecido, olhei para a encosta de 45 graus. Sentado em uma prancha fina de madeira, dei impulso. Foi um minuto de pura adrenalina, atingindo velocidades de mais de 50 km/h. Imperdível!

À tarde, fiz um relaxante passeio de barco pelas Isletas de Granada, centenas de pequenas ilhas formadas por uma erupção vulcânica há milênios. Acenamos para os moradores locais, avistamos pássaros exóticos e até vimos a infame “Ilha dos Macacos”.


Dia 3: O Coração Revolucionário de León
Hoje foi um dia de viagem. A viagem de Granada a León leva cerca de 2,5 horas em boas estradas. Se Granada é a joia colonial polida da Nicarágua, León é seu coração corajoso e revolucionário. Esta cidade é o centro intelectual e político do país, coberta por murais imponentes e imersa em história.
Dediquei minha tarde a um passeio a pé apolítico e cultural. Esta foi a experiência mais profunda da minha viagem. Um guia local (geralmente um estudante universitário) nos levou pelas ruas, explicando as histórias por trás dos impressionantes murais que retratam a turbulenta história da Nicarágua, desde a revolução sandinista até eventos mais recentes. Visitamos a infame Cadeia XXI, uma antiga prisão agora um museu e espaço de arte, e aprendemos sobre o espírito resiliente da cidade. O passeio não era sobre tomar partido; era sobre compreensão, e forneceu um contexto crucial para o resto da minha jornada.
- Não perca: Suba no telhado caiado da magnífica Catedral de León para ter vistas incomparáveis das igrejas da cidade e da cadeia de vulcões ao redor.


Dia 4: O Oásis de Ometepe
Esta foi a grande viagem: de León até o porto de San Jorge (cerca de 2,5 horas). Cheguei cedo, comprei minha passagem para a balsa (sim, você pode levar seu carro alugado para Ometepe!) e fui direto para o barco. Foi uma experiência fantástica.
Dirigir até a Ilha de Ometepe mudou completamente o jogo. Enquanto outros alugavam scooters ou táxis, eu já tinha meu carro. Pude explorar as estradas de terra da ilha no meu próprio ritmo, dos campos de petróglifos à remota fonte Ojo de Agua, tudo com meus equipamentos em segurança no porta-malas.


Dia 5: Cachoeiras e Aventuras Não Planejadas
De carro, dediquei meu segundo dia em Ometepe a uma circunavegação completa da ilha. Dediquei meu dia inteiro em Ometepe à exploração. Comecei com uma visita ao Ojo de Agua, uma piscina natural aninhada na selva — o lugar perfeito para me refrescar. Depois, procurei pinturas rupestres antigas deixadas por civilizações pré-colombianas, espalhadas por toda a ilha.
À tarde, reuni minhas energias para a caminhada até a Cachoeira San Ramón. A caminhada pela exuberante floresta tropical foi desafiadora, mas valeu a pena pela vista deslumbrante da água em cascata. Peguei a balsa no final da tarde de volta ao continente e um traslado pré-agendado para minha próxima parada: San Juan del Sur.

Dia 6: De praia em praia na Costa do Pacífico
San Juan del Sur é a porta de entrada para algumas das melhores praias da Nicarágua. Participei de um passeio clássico, passando por várias praias remotas, como Playa Maderas e Playa Hermosa. Passei o dia surfando nas ondas ideais para iniciantes, relaxando na areia e bebendo cocos frescos. Foi o dia perfeito de pura felicidade, sem complicações, depois de tanta exploração.
Naquela noite, participei da peregrinação diária à estátua do Cristo da Misericórdia para ter a melhor vista do pôr do sol da baía e do Oceano Pacífico.
Dia 7: Retorno à Capital e Exploração de Manágua
Após um último café da manhã à beira-mar, comecei a viagem panorâmica de 2,5 horas de volta a Manágua. Em vez de ir direto para o aeroporto, hospedei-me em um hotel perto da Zona Hippos (a zona turística segura) e aproveitei minha última tarde para explorar a capital.
Manágua é uma cidade que não se revela facilmente. Foi em grande parte reconstruída após um terremoto devastador em 1972, por isso parece mais extensa e moderna do que Granada ou León. Usei o carro para visitar os principais pontos turísticos:
- A Catedral de Santiago: Uma estrutura assustadora, danificada pelo terremoto, que se ergue como um imponente monumento perto do novo parque à beira do lago, o Puerto Salvador Allende.

- Loma de Tiscapa: Um parque no topo de uma colina que oferece as melhores vistas panorâmicas da cidade e do lago, dominado pela silhueta icônica de Augusto Sandino. Também abriga as ruínas da antiga prisão da ditadura de Somoza.
- O Malecón: Dirigi ao longo do novo calçadão à beira do lago, vendo famílias aproveitando a noite.




Explorar Manágua forneceu um contexto crucial e moderno às histórias históricas que aprendi em León. É uma cidade de resiliência.

Dicas essenciais de viagem para a Nicarágua da minha experiência
Segurança: A Nicarágua é segura?
Esta é a pergunta mais frequente que recebi. Minha experiência pessoal foi extremamente positiva. Nunca me senti ameaçado ou inseguro. As pessoas são incrivelmente gentis e acolhedoras. No entanto, é preciso ter bom senso:
- Não exiba joias ou câmeras caras.
- Evite caminhar sozinho em praias ou ruas escuras e isoladas à noite.
- Use táxis autorizados. Peça ao seu albergue/hotel para chamar um para você.
- Preste atenção aos avisos de viagem do seu governo e esteja ciente do clima político atual, pois ele pode mudar.
Governo e clima político (especialmente para León)
A Nicarágua é governada pelo presidente Daniel Ortega. As viagens políticas de León fornecem um contexto profundo e prático para essa situação complexa. Embora eu não tenha visto sinais de agitação durante minha visita, é crucial se manter informado sobre os eventos atuais antes e durante sua viagem.
Evite toda e qualquer manifestação política. Seja respeitoso em conversas e ao tirar fotos de murais ou locais políticos.


Como se locomover
- Carro alugado: Adorei a liberdade. Dirija apenas durante o dia e seja extremamente cauteloso — os costumes locais são… rigorosos. Sempre faça um seguro completo.
- Ônibus: Eles conectam todos os principais destinos. Podem ser reservados em albergues ou online.
- Táxis: Baratos e abundantes nas cidades. Sempre negocie o preço antes de embarcar.
- Chicken Buses: Para os verdadeiramente aventureiros! São antigos ônibus escolares americanos, lotados de pessoas, música e vida. Não para todos, mas uma experiência cultural intensa.
Mantendo-se conectado: cartões SIM
Comprei um cartão ClaroSIM em um quiosque no aeroporto de Manágua assim que pousei. Era barato (cerca de US$ 5 a US$ 10 por um plano com dados) e tinha cobertura decente em quase todos os lugares que visitei, exceto em algumas áreas remotas de Ometepe. Você precisará mostrar seu passaporte para registrá-lo.
Questões financeiras
- A moeda é o Córdoba (C$). Dólares americanos são amplamente aceitos em áreas turísticas, mas você frequentemente encontrará troco em Córdoba. Use a moeda local para obter uma taxa melhor nos mercados locais.
- Caixas eletrônicos estão disponíveis em todas as principais cidades. Informe seu banco que você está viajando!
- Cartões de crédito são aceitos em hotéis e restaurantes de luxo, mas dinheiro em espécie é a melhor opção.
Outras dicas rápidas
- Idioma: Espanhol é o idioma. Aprender algumas frases básicas (Hola, Gracias, Cuánto cuesta?) ajudará muito e é muito apreciado.
- Água: Não beba água da torneira. Beba apenas água engarrafada ou filtrada.
- Comida: Coma o gallo pinto! É delicioso e barato. Tenha cuidado com a comida de rua se você tem estômago sensível.

- Como fazer a mala: Leve roupas leves e respiráveis, uma capa de chuva resistente, calçados de caminhada confortáveis, sandálias e roupas de banho. Protetor solar e repelente de insetos são caros por lá, então leve o seu.
A Nicarágua conquistou um pedaço do meu coração. É um país que exige um pouco mais do viajante — senso de aventura, flexibilidade e mente aberta. Em troca, proporciona uma experiência verdadeiramente merecida e absolutamente inesquecível.

¡Pura Vida! (Sim, eles usam isso na Nicaragua também!)